quinta-feira, 15 de março de 2012

Mídia e democracia na América Latina

Relatório da organização Plataforma Democrática procura fugir do confronto entre governos e empresas.

Apesar da data que consta da capa, julho de 2011, a organização Plataforma Democrática divulgou há poucos dias um relatório que trata dos problemas em torno da regulação da mídia nas democracias latino-americanas. Como seu grande mérito, o texto sugere que a dicotomia governo-empresa eterniza, no continente, uma estrutura midiática perversa. É preciso que outros atores entrem no debate.

Por um lado, as agências de comunicação dos governos da região, em geral, não conseguem desenvolver comunicação de perfil independente, não conquistam audiência e têm um custo muito alto para a sociedade. Ao mesmo tempo, os conselhos e as agências regulatórias parecem não conseguir, nos países latino-americanos, conquistar posição autônoma em relação aos governos e partidos políticos ou mesmo às empresas.

Do outro lado, as empresas acusam de antidemocrática qualquer intervenção no ambiente midiático, em geral escandalosamente concentrado, nas mãos de muitos políticos e poucas grandes corporações.

Nesse campo dialético,  perde-se de vista, entre outras coisas, a referência do pluralismo, por exemplo, uma contribuição política importante do liberalismo, esquecida na interpretação economicista da ideologia. Em jogo está não somente a comunicação, mas realidade, existência e identidade social.

Nenhum comentário:

Postar um comentário